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Correio da Educação

Correio da Educação

16 Dez, 2009

Boas Festas

O que nunca esqueci foi a crença absoluta que eu tinha na descida pela chaminé do pequeno Pai Natal, bom velhinho de barba branca, que, à meia-noite, vinha pôr no meu sapatinho uma prenda que eu aí encontraria ao acordar. Meia-noite! Essa hora fantástica que as crianças conhecem, e que lhes é revelada como o termo impossível da sua vigília! Como me esforçava por não adormecer antes da chegada do velhinho! Tinha muita vontade mas também muito medo de o ver: contudo, nunca podia ficar acordada até àquela hora e, no dia seguinte, o meu primeiro olhar ia para o meu sapatinho, junto à lareira. Que emoção me causava o envelope de papel branco, pois o Pai Natal era muito delicado e embrulhava sempre a sua oferenda muito cuidadosamente. Corria descalça para apoderar-me do meu tesouro. Nunca era um dom magnífico, pois não éramos ricos. Era um bolinho, uma laranja, ou muito simplesmente uma maçã vermelha. Mas parecia-me tão precioso que mal ousava comê-lo.

(George Sand, Histoire de ma vie Traduzido por Sandra Silva, in 101 Noites de Natal. Uma antologia literária, Lisboa, 101 Noites, 2001, p.63, adaptado)

 

Missa do Galo

 

A tradição iniciou-se em Roma, no ano 400: a Missa do Galo ou Missa da Meia-noite deve-se ao nascimento de Jesus à meia-noite. Porque se chama Missa do Galo? Por três razões, ligadas a três lendas:

i) quando Jesus nasceu um galo cantou à meia-noite - a única vez em que isso aconteceu;

ii) antes da meia-noite do dia 24 de Dezembro, os lavradores da província de Toledo, em Espanha, matava um galo, em memória daquele que cantou três vezes antes de Pedro negar Jesus, por altura da sua Sua morte - a ave era oferecida aos pobres que viam, assim, melhorado o seu almoço de Natal;

iii) em aldeias portuguesas e espanholas, era costume levar um galo para a igreja, que devia cantar durante a missa da meia-noite - quando cantava, todos ficavam felizes, era o prenúncio de boas colheitas, mas quando não cantava era considerado mau sinal e um péssimo agoiro. (Leitura integral)

 

 J. Esteves Rei - Professor Catedrático de Didáctica das Línguas e de Comunicação, na UTAD, Vila Real.

 

 

16 Dez, 2009

FELIZ NATAL

 

Receita de Natal

 

 

Comece por uma forma de barrar

grande, do tamanho do mundo.

Unte-a com amor profundo

e com fraternidade a deve polvilhar.

Bata a amizade com a compreensão,

junte flocos de ternura.

De tolerância deite colheradas

e amasse tudo com dedicação.

Envolva a massa muito bem

 não esquecendo o fermento:

um sorriso de criança!

Leve a lume brando

infinitamente…

 

 

 

 

Cubra com os pedaços de Paz

 

 

 

que conseguir reunir

 

e depois pode servir

acompanhado de beijos

a qualquer momento.

 

 

Feliz Natal

 

 

 

 

Marta Santos

Figueira da Foz, 21/03/1891 - 01/04/1975

 

        Professora do ensino técnico na Figueira da Foz e em Braga, Cristina Torres é filha de Ricardo Torres dos Santos, alfaiate, e de Delfina da Cruz Marques. Casa, em 1914, com o jornalista Albano Correia Duque de Vilhena e Nápoles. Frequenta desde muito cedo as sociedades operárias, recreativas, educativas, republicanas e maçónicas, tendo festejado nas ruas a implantação da República.

 

 João Esteves, «TORRES dos Santos, CRISTINA», in António Nóvoa (dir.), Dicionário de Educadores Portugueses, Porto, Edições Asa, 2003, pp. 1380 - 1382, com adaptações.

Nome: Vânia Cecília Almeida Rego

Profissão: Leitora de Português - Universidade de Poitiers - França;

Habilitações: Mestre em Literatura Portuguesa


- Qual a sua actividade profissional mais gratificante já realizada?

O leitorado na Universidade de Poitiers em França, pelo contacto com alunos que iniciam a Língua Portuguesa no nível 0 e pela possibilidade de dirigir e organizar as actividades culturais em Língua Portuguesa.

 

- Que mensagem deixaria aos professores deste país?

Os professores são uma peça fundamental da educação das diversas gerações que acompanham. Ser professor é uma questão de vocação e de vontade, por isso a minha mensagem é muito simples: para todos os colegas, assim como para mim, é a vontade e a iniciativa que nos caracterizam que permitem às gerações futuras avançarem pelo mundo e conquistarem o conhecimento e a realização pessoal. Ajudemo-los o mais que pudermos e sempre com um sorriso no rosto, porque a maior busca do ser humano sempre foi a felicidade. A sociedade acabará por perceber, olhando as nossas iniciativas pedagógicas, o valor de cada um de nós e a importância que anos de má gestão educativa têm acumulado.

 

 


 

 

O MEU NATAL (excerto)

 

 

A noite de Natal. Em meu país, agora,

O que não vai até ao romper do dia, a aurora!

As mesas de jantar na cidade e na aldeia,

À luz das velas, ou à luz d´uma candeia,

Entre risadas de crianças e cristais

(De que chegam até mim só ais, só ais)

Dois milhões de almas e outros tantos corações,

Pondo de parte ódios, torturas, aflições,

Que o mel suaviza e faz adormecer o vinho:

São todas em redor de uma toalha de linho!

(António Nobre, In Natal… Natais, Ant. Vasco Graça Moura, Público, 2005, p. 162)

 

 

NATAL

 

 

 

O Chefe de família limpou a boca ao guardanapo e afirmou assim como dois e dois são quatro e não são outra coisa

 

O Natal é o Natal e não é outra coisa antes pelo contrário

 

E para provar o que dizia comeu uma asa de peru

com recheio de castanhas

e limpou os dedos gordurosos ao bordado da toalha

À volta da mesa metade da família discutia a mensagem

e comia

e a outra metade mais intelectual comia a mensagem

e discutia

sim tal não tal

sim tal não tal

não tal

não tal

Natal

(Yvette Centeno, In Natal… Natais, Ant. Vasco Graça Moura, Público, 2005, p. 335).

 

 (Leitura integral)

 

19 de Dezembro


A iniciativa destina-se a especialistas de educação, a professores dos 1.º e 2.º ciclos do Ensino Básico, a professores de Actividades de Enriquecimento Curricular, a encarregados de educação, a representantes dos órgãos de direcção, administração e gestão dos Agrupamentos de Escolas, a autarcas, a técnicos municipais e a todos os que pretendam reflectir sobre a construção de uma escola a tempo inteiro. Na Quinta das Lágrimas, em Coimbra. (Ver mais)