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Correio da Educação

Correio da Educação

17 Mar, 2010

(Des)ensinar

Inês Silva*

Surgem escritas centenas de frases por ano lectivo sobre a vida de um professor, a avaliação a que está sujeito, as suas atitudes, conhecimentos, passando até pelo seu dia-a-dia, férias, entre outros aspectos importantes ou não. Mas o dito mais curioso ouviu-o eu em plena sala dos professores no início de uma destas manhãs, proferido em tom de lamento por um docente nem muito novo nem muito velho, mas a meio de um percurso do qual já deseja o fim. Disse simplesmente: “sinto que não contribuo em nada para o bem da sociedade”.

 

*Inês Silva - Doutora em Linguística (Sociolinguística). Tem realizado estudos sobre a escrita dos alunos. É autora de várias publicações de carácter didáctico e de carácter linguístico. Na ficção, publicou o romance: A Casa das Heras. É docente no Externato Cooperativo da Benedita.

1. A massificação da profissão docente é uma realidade, tal como aconteceu com outras profissões. A bancária é um bom exemplo, pois há cinquenta anos poucos concelhos possuíam uma dependência bancária. Eram casas comerciais que descontavam cheques, como acontecia por volta de 1930, em Manaus, segundo a narrativa de Ferreira de Castro, em A Selva.

 

J. Esteves Rei - Professor Catedrático de Didáctica das Línguas e de Comunicação, na UTAD, Vila Real

 

 

1. A Poesia é comunicação

No jornal, El País, o filólogo e linguista Lázaro Carreter afirma “la finalidad [s.n.] de toda lengua es la de servir de instrumento de comunicación [s.n.]

 

 

A poesia existe nessa língua e também ela é comunicação: uma comunicação poética ou literária.

 

 

A poesia é uma forma de reflexão, como diz Fidelino de Figueiredo:

         “No homem, a mente reflecte, forja imagens verbais e arquiva palavras. E estas palavras são como os símbolos no cálculo matemático: rastos de reflexão” (A Luta pela Expressão, Coimbra, Nobel, 1944: 33)

 

De que tipo de comunicação se trata.

Yves Vadé diz tratar-se de uma comunicação mágica.

Nesta o que circula [o conteúdo] não é da ordem do sentido mas da ordem da fantasia, do imaginário, de um mundo com coordenadas diferentes das do mundo social.

 

Filho de médico, João Diogo terá tido uma infância infeliz, em grande parte devido à morte do pai quanto tinha onze anos. Formou-se em ciências físico-naturais na Escola Politécnica do Porto, tendo iniciado as funções docentes no liceu e no colégio de Lamego. Transferiu-se para o Porto, tendo leccionado nos colégios de Santa Maria, Nossa Senhora da Glória e S. João da Foz do Douro. Em 1902, publica um opúsculo sobre A nova reforma do ensino secundário em França, no qual revela um bom conhecimento dos debates pedagógicos na Europa. (Leitura integral)

 

«DIOGO do Carmo, João», in António Nóvoa (dir.), Dicionário de Educadores Portugueses, Porto, Edições Asa, 2003: 496-498, com adaptações.

 

 

 

1. A Poesia é comunicação

No jornal, El País, o filólogo e linguista Lázaro Carreter afirma “la finalidad [s.n.] de toda lengua es la de servir de instrumento de comunicación [s.n.]

 

 A poesia existe nessa língua e também ela é comunicação: uma comunicação poética ou literária.

  

A poesia é uma forma de reflexão, como diz Fidelino de Figueiredo:

         “No homem, a mente reflecte, forja imagens verbais e arquiva palavras. E estas palavras são como os símbolos no cálculo matemático: rastos de reflexão” (A Luta pela Expressão, Coimbra, Nobel, 1944: 33)

 

De que tipo de comunicação se trata.

Yves Vadé diz tratar-se de uma comunicação mágica.

Nesta o que circula [o conteúdo] não é da ordem do sentido mas da ordem da fantasia, do imaginário, de um mundo com coordenadas diferentes das do mundo social. (Leitura integral)

 

Nome: Manuel Tojal de Meneses

Habilitações: Doutoramento

Área: Literatura Portuguesa

Universidade onde foram obtidas: Universidade de Toulouse, 1987

Universidade do Porto: Equivalência ao Grau de Doutor, 1989

Situação: Professor Aposentado do Ensino Secundário

 

Actividades:

Membro do Centro de Estudos em Língua, Comunicação e Cultura (CELCC) no ISMAI.

 

Associações a que pertenço:

Ateneu de Vila do Conde

 

Ocupação de tempos livres:

Gosto de escrever poemas, embora não o pratique como uma actividade regular.

O livro da minha vida:

É difícil responder a esta questão, mas um dos livros da minha vida foi Fado Alexandrino, de António Lobo Antunes, opção que terá a ver com o facto de ter estado na guerra colonial, em Angola.

Pelo mesmo motivo, um dos filmes da minha vida foi Apocalypse Now, de Francis Ford Coppola.

A propósito, aqui transcrevo um poema que escrevi trinta e cinco anos, depois de ter regressado:

 

Luanda: os dias do fim

Quando as paredes foram abaladas e as memórias todas dispersas

quando as cortinas foram dobradas e os confins todos da vida

na cidade de pedra ficaram só carros cobertos de pó varandas

que não couberam nos baús uivos de cães abandonados

e meninos negros batucando

nos becos e nos bancos das avenidas tristes.

A cidade de madeira fugiu em caixotes para o largo

navegando em busca de outros cais

no desespero de um abrigo

sem lâminas sem lágrimas e sem gritos.

 

Agora

por mais que me apertes a mão

nenhuma palavra cobrirá os silêncios que ficaram por dizer.

Nos nossos sonhos incolores

galopam cavalos de água mas já não cabem sombras roxas

nem olhos cor de púrpura.

Restam as margens do tempo

depositando no espelho a idade que nos leva para longe de quem fomos

e o cheiro da terra vermelha

como a tela do toiro decapitado na floresta do coronel Kurtz.

O horror cravado na retina das estacas. A estupidez do sangue

entre as palavras

e os corpos nus a apodrecerem na selva dos trópicos.

M. Tojal, Out. 2009