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Correio da Educação

Correio da Educação

1. Por estes dias, o centro de gravidade do mundo desloca-se para a zona do Cabo, primeiro, das Tormentas, e, depois, eufemisticamente, baptizado pelos Portugueses da Boa Esperança. Todavia, devido ao milagre das novas tecnologias da informação, a África do Sul entra-nos pela casa dentro e de modo quase mais real do que o vizinho da frente…

Que sentiriam Vasco da Gama e os nossos Navegadores de quinhentos, perante um directo televisivo, ao pensarem nos largos meses de que precisaram para fazer a deslocação dessa zona até Lisboa, trazendo notícias da Índia para o seu Rei?

J. Esteves Rei - Professor Catedrático de Didáctica das Línguas e de Comunicação, na UTAD, Vila Real

Carla Marques*

Ou da estranha inversão entre os meios e os fins

 

Ao longo de todo um ano lectivo marcado pela expectativa da mudança, por alguma ansiedade e por muito marasmo, os professores aguardaram com a paciência possível as decisões da tutela. Estas revelaram-se escassas, foram lançadas a conta-gotas, desencontradas e avulsas, deixando os professores a suspeitar da possibilidade de um projecto maior, concebido na penumbra para ser lançado quando menos se espera ou quando as atenções se centram noutros interesses…

Sem entrar na teoria da conspiração, gostaríamos, todavia, de reflectir sobre uma das mais “inovadoras” medidas levadas a cabo pela actual equipa ministerial (dando aliás continuidade a um projecto da anterior equipa): a certificação das competências TIC.

Carla Marques - Mestre em Linguística e doutoranda na mesma área; autora de várias publicações de carácter didáctico e de carácter linguístico: docente na Escola Secundária/3 de Carregal do Sal.

Inês Silva*

 

A língua permite-nos comunicar. É pela língua que nos afirmamos como pessoas interventivas, com gostos e opiniões, crenças e valores culturais. A língua que falamos e escrevemos é o nosso ser. É-nos transmitida pelos pais, avós, família, escola e sociedade, como herança a preservar com orgulho. É a “língua de Camões”, a que foi sabiamente moldada e engrandecida pelo poeta. Mas, infelizmente, esta expressão poderá vir a desaparecer, talvez daqui a cinco, dez, quinze anos. Ou vir a ser substituída por outra. Isso não é muito importante, claro, desde que as pessoas a falem. O problema residirá apenas no facto de deixarem de a falar, porque não lhe reconhecem valor, grandeza e perfeição. Poderão adulterá-la, inglesá-la, castigá-la com tantas incorrecções que será melhor estar calado. E, se os portugueses a calarem daqui a uns anos porque não a conhecem ou reconhecem efectivamente, ela morre.

Inês Silva - Doutora em Linguística (Sociolinguística). Tem realizado estudos sobre a escrita dos alunos. É autora de várias publicações de carácter didáctico e de carácter linguístico. Na ficção, publicou o romance: A Casa das Heras. É docente no Externato Cooperativo da Benedita.


Nasceu em 9 de Maio de 1899, numa povoação da freguesia de Cever, Santa Marta de Penaguião, filho de Augusto Ribeiro Cardona e Maria Emília Bonito. Concluído o ensino primário em Cever, vem estudar para em Vila Real, onde frequentou o Colégio de Nossa Senhora do Rosário, de Monsenhor Jerónimo Amaral, e o Liceu Camilo Castelo Branco. Foi em seguida prosseguir os estudos na Universidade do Porto, em cuja Faculdade de Ciências se licenciou em Matemáticas, curso que naturalmente o dirigia para o ensino.

 

SENHORA DA ALTIVEZ

Ao ver a altiva e iluminada graça

Do teu sorriso assim tão leve, eu cismo

Como tudo na vida esquece e passa,

E como é vã esta palavra: egoísmo.


Na luz do teu sorriso eu encho a taça

Do meu desejo imenso – fundo abismo –,

E endoideço minh’alma de desgraça

Nesse brando clarão de misticismo!


Meu doido Coração que é mais que Rei,

Senhor de mil domínios – nem eu sei

Aonde fica o último condado –,

Junto de ti, tomado de surpresa,

É como junto aos pés duma Princesa

Um altivo leão domesticado!

Manuel Cardona, Cantares da serra. – Porto: Livraria Nacional e Estrangeira,1923. (Grafia actualizada.)

 

 

Ciclos - Poesia Trasmontana e Alto-Duriense (Grémio Literário Vila-Realense)

Exemplos maiores


1. Para Guerra Junqueiro, a Pátria estava perdida desde o Ultimato inglês, em 1890. Mas Teixeira de Pascoais faz um esforço de compreensão das “qualidades da alma pátria”, num esforço de motivação para aquilo que poderiam ser as réstias da sua salvação. Assim, em A Arte de Ser Português, de 1915, algumas delas poderão oferecer-nos elementos capazes de nos encaminharem para uma noção de cultura, reflectida na realidade portuguesa.

Fiquemo-nos por duas: o génio de aventura e o sentimento de liberdade e independência (Pascoais, A Arte de Ser Português, 199, p. 89-93). A primeira é definida como “a força que leva o homem a arriscar a sua vida individual, para conseguir determinado fim de utilidade colectiva.” Nasce da herança celto-latina e árabe no que tem de espontaneidade e ânsia do indefinido. A sua educação apela a “uma disciplina consentida, compatível com o poder de iniciativa”. E o seu defeito, como verso de medalha, é a falta de persistência, pois “a aventura não tem continuidade na acção. Opera por impulsos que nem sempre se coordenam para um fim determinado.” (Pascoais, 1991, p. 99).

J. Esteves Rei - Professor Catedrático de Didáctica das Línguas e de Comunicação, na UTAD, Vila Real

O professor e doutorado em Astronomia Alexandre Aibéo participa no sábado na final internacional do concurso FameLab, dedicado à comunicação da Ciência, em Cheltenham, em Inglaterra.

Lançada em 2005 no Reino Unido, esta é a primeira vez que a iniciativa tem uma participação de Portugal, que se junta ao Egipto, Hong Kong, Líbia, Marrocos, Áustria, Bulgária, Croácia, Grécia, Chipre, Israel e Sérvia.

Os concorrentes são desafiados a, em três minutos, falar de um tema científico de forma a manter o público geral interessado e divertido e ao mesmo tempo transmitir conhecimento. (Jornal de Notícias)

Na próxima quarta-feira, 16 de Junho, dia em que começam os exames nacionais para alunos do básico e secundário, Manuel Esperança, director da Escola Secundária José Gomes Ferreira, em Lisboa, vai passar pelas salas e levantar o polegar aos alunos. É para "desejar boa sorte" e "retirar aquela pressão", sobretudo de cima dos bons alunos que perseguem sonhos à décima. "Quem é pai, e os professores também, sabe que, sem querer, transmitimos ansiedade. Dizemos "estuda, olha que se não estudas não consegues entrar". (Público)