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Correio da Educação

Correio da Educação

O escritor João Ricardo Pedro é o vencedor do prémio LeYa 2011, com o romance O teu rosto será o último, anunciou o júri presidido por Manuel Alegre. João Ricardo Pedro é o terceiro escritor distinguido com o prémio, ao qual concorreram este ano 162 romances.
O Prémio Leya, de 100 mil euros, foi criado em 2008 com o objetivo de distinguir um romance inédito escrito em português. (Público)

O escritor José Luís Peixoto divulgou um artigo sobre os professores que vale a pena ler:

 

«O mundo não nasceu connosco. Essa ligeira ilusão é mais um sinal da imperfeição que nos cobre os sentidos. Chegámos num dia que não recordamos, mas que celebramos anualmente; depois, pouco a pouco, a neblina foi-se desfazendo nos objectos até que, por fim, conseguimos reconhecer-nos ao espelho. Nessa idade, não sabíamos o suficiente para percebermos que não sabíamos nada. Foi então que chegaram os professores. Traziam todo o conhecimento do mundo que nos antecedeu. Lançaram-se na tarefa de nos actualizar com o presente da nossa espécie e da nossa civilização. Essa tarefa, sabemo-lo hoje, é infinita. (...)» (Correio do Brasil)

«Ninguém nega o valor da educação e que um bom professor é imprescindível. Mas, ainda que desejem bons professores para seus filhos, poucos pais desejam que seus filhos sejam professores. Isso nos mostra o reconhecimento que o trabalho de educar é duro, difícil e necessário, mas que permitimos que esses profissionais continuem sendo desvalorizados. Apesar de mal remunerados, com baixo prestígio social e responsabilizados pelo fracasso da educação, grande parte resiste e continua apaixonada pelo seu trabalho.
A data é um convite para que todos, pais, alunos, sociedade, repensemos nossos papéis e nossas atitudes, pois com elas demonstramos o compromisso com a educação que queremos. Aos professores, fica o convite para que não descuidem de sua missão de educar, nem desanimem diante dos desafios, nem deixem de educar as pessoas para serem “águias” e não apenas “galinhas”. Pois, se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela, tampouco, a sociedade muda.»

Paulo Freire

A peste negra que grassou na Europa entre 1347 e 1351 terá vitimado 20 a 50 por cento da população. Recentemente a revista Nature publicou uma investigação que procurou reconstruir o genoma da estirpe de bactéria que causou a pandemia. A investigação mostra que as várias estirpes que causam surtos atuais da doença, que mata 2000 pessoas todos os anos, derivam da peste negra, mas a razão para a alta mortalidade deste primeiro surto continua a ser uma incógnita. (Público)

13 Out, 2011

Tempo de Recomeçar

 

* José Matias Alves

 

Começou mais um ano letivo. Com o problema da avaliação adiado, com algumas confusões na colocação de docentes, com uma significativa diminuição de professores colocados, com promessas (inúteis) de voltar a mexer em programas e de mais exames a contar para a nota e para a passagem de ano.

Aparentemente, foi um recomeço marcado por mais rigor, mais exigência, mais trabalho, mais prestação de contas, mais centração no essencial. E um certo alívio na panela de pressão dos dispositivos de avaliação de professores, adiando-se para mais tarde o tempo da crispação.
Um saldo, apesar de tudo, tendencialmente, positivo. Gostaria, no entanto, de sublinhar que o rigor, a exigência, o trabalho, o conhecimento têm de começar no Ministério da Educação que tem de fazer mais e falar menos; que tem de  publicar menos no Diário da República e persuadir a agir mais e melhor os atores educativos situados nos diversos campos e níveis; que tem de prescindir das vastas ilusões da governação por decreto e por programas centralizados; abdicar das reformas morfológicas que só mudam os nomes e as formas e não têm o poder de alterar a substância das coisas e as dinâmicas das ações e das relações.


* José Matias Alves é investigador, doutor em Educação e professor convidado da Universidade Católica Portuguesa.