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Correio da Educação

Correio da Educação

 

* Teresa Martinho Marques

 

Uma professora a lecionar o 1.º ano, pela primeira vez, propõe aos alunos (com 6 anos) uma tarefa de interpretação de dados num gráfico de barras. O tema? Pacotinhos de leite bebidos pelos meninos de uma turma ao longo da semana. Explica-se o gráfico, diz-se o que está escrito (dias da semana no eixo do X e número de pacotinhos no eixo do Y) e a certa altura esta pergunta: Em que dia da semana se beberam mais pacotinhos de leite?

O João coloca o dedo no ar e responde: Terça!

A professora: Está errado! Não é esse dia!

O João fica atrapalhado e a turma olha para ele e para a professora...

 

 

* EB 2,3 de Azeitão e CCTIC – ESE/IPS: http://projectos.ese.ips.pt/cctic/ e http://eduscratch.dgidc.min-edu.pt/     

 

* José Matias Alves

 

Dizia Roland Barthes, o célebre linguista e semiólogo francês precocemente desaparecido, na sua luminosa Lição, que há uma idade em que se ensina o que se sabe. É a tarefa comum dos que estão incumbidos da função docente: passar às novas gerações o património de valores, conhecimentos, técnicas, artes, culturas; ensinar as teorias, os métodos, as leis, os códigos, os factos; ensinar o que já se descobriu, o que já se inventou.

Mas vem em seguida a idade de ensinar o que não se sabe. Ensinar a incerteza, o obscuro, a viver sem teto, nas ruínas do tempo. Ensinar as rotas que ignoramos. E como é que se ensina o que não se sabe?

 


* José Matias Alves é investigador, doutor em Educação e professor convidado da Universidade Católica Portuguesa.