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Correio da Educação

Correio da Educação

 

* José Matias Alves

 

A escola é hoje um lugar fragilizado pelo excesso de mandatos onde as promessas educativas têm muita dificuldade em cumprir-se. As promessas de realização pessoal, de integração ativa na sociedade, de preparação para uma vida profissional, de mobilidade social ascendente estão muito mais ameaçadas pelo signo do incumprimento.

 

 

 

DESPERTArt é o novo projeto conjunto do Serviço Educativo do Museu Coleção Berardo, em parceria com a Nintendo, que vai percorrer o país entre 5 de Novembro e 14 de Dezembro «com o objetivo de despertar a consciência artística dos mais novos».

O DESPERTArt vai possibilitar que os alunos do quarto ano lidem com conteúdos artísticos e pedagógicos através de um software que permite reproduzir as obras de arte que servirão de base de trabalho para os desafios propostos às crianças. (Diário Digital)

A Confederação Nacional Independente de Pais e Encarregados de Educação e a Confederação Nacional das Associações de Pais denunciaram no Parlamento que em vez do pequeno-almoço prometido pelo Ministério da Educação, os alunos passam fome. Na última audição parlamentar dos responsáveis políticos do Ministério da Educação nesta comissão, o secretário de Estado do Ensino e Administração Escolar, João Casanova de Almeida, disse que o programa estava em curso, em parcerias com empresas, embora tivesse reconhecido não estar ainda em velocidade de cruzeiro. (Público)

 

O coordenador científico da conferência «Deontologia e autorregulação das profissões da educação», que se realiza em Lisboa na próxima sexta-feira e sábado, Reis Monteiro considera que os professores têm vindo a ser reduzidos a «fornecedores de currículo», no âmbito da abordagem «neoliberal».

Reis Monteiro defende que a autorregulação não tem de vir necessariamente de uma ordem profissional, uma tradição essencialmente europeia e continental que tem conotações negativas com o «elitismo e corporativismo», mas de organismos de modelo anglo-saxónico, como a Comissão da Carteira Profissional dos Jornalistas, com funções de controlo de acesso à profissão e de fiscalização deontológica. (Público)

 

O Ministério da Educação e Ciência deixou cair a obrigatoriedade de os professores terem 3600 dias de serviço para se candidatarem à vinculação extraordinária, mas a proposta não agradou aos representantes das duas principais federações de professores.

Este ano, candidataram-se à contratação inicial e renovação de contrato 51 209 professores. Ficaram colocados, para dar aulas por um ano, em horário completo e desde o início do ano letivo, 7600 pessoas. No ano anterior tinham ficado colocados, na mesma fase, mais 5147. (Público)

* Inês Silva

Lembro-me de há uns quinze anos uma turma queixar-se de uma professora de matemática. Diziam os alunos que ela permanentemente se fixava na janela e se esquecia deles. Eu, como diretora de turma, teria de resolver o problema. Mas ela estava deprimida e assustada, não com a crise dos tempos de hoje, claro, mas com outra, para a qual não encontrava solução. E eu também não sabia como ajudar. Os alunos não compreendiam. Para eles, ela era medíocre. E eu, que não resolvia o caso, também. “Não se brinca com um 11.º ano”, diziam. “Eu quero entrar em medicina”, acrescentava um. “E eu preciso de boa nota a matemática, que é a específica”, acrescentava outro. “Façam os exercícios do manual que ela vai pedindo”, dizia eu, sem mais inteligência. Mas face a esta sugestão, contaram-me logo a história do dia anterior: depois de terem entrado na aula, a professora pediu-lhes que fizessem os exercícios de uma determinada página e logo fixou o olhar na janela, no Outro lado que, decerto, apaziguava tudo aquilo que a emudecia. Passados minutos, um dos alunos perguntou-lhe:
- Afinal, qual é a página, stôra?
- Ah? Ah, sim… é… é uma qualquer.
Para ela, qualquer página servia. Mas para eles não. Porém, apesar desta adversidade, os alunos lá foram caminhando até ao fim do ano e até ao fim de muitos outros anos, com a determinação que não encontraram na professora. Contudo, hoje, já médicos, engenheiros, veterinários, também olham pela janela à procura do Outro lado, o lado que alivia as tensões maiores. E agora percebem a resposta da professora. Em certos momentos da vida, qualquer página serve para a nossa história. A falta de perspetiva de futuro a isso leva.

 

* Doutora em Linguística (Sociolinguística). Professora Adjunta convidada na Escola Superior de Educação de Santarém. Tem realizado estudos sobre a escrita dos alunos. É autora de várias publicações de caráter didático e de caráter linguístico. Na ficção, publicou o romance: A Casa das Heras.

O ministro da Educação, Nuno Crato, garante que tem o "maior interesse" em reforçar e desenvolver o ensino profissional em Portugal com vista a reduzir o desfasamento entre a formação escolar e as necessidades do mercado de trabalho.
Para tanto, Nuno Crato, deslocou-se a Berlim a fim de assinar um memorando de entendimento para a cooperação na área do ensino profissional e conhecer o sistema dual germânico, no qual os alunos adquirem formação em regime de alternância: em contexto de trabalho nas empresas que participam no sistema e nas escolas profissionais. (Expresso)

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