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Correio da Educação

Correio da Educação

01 Out, 2012

Além fronteiras…

 

 

* Teresa Martinho Marques

Nestes tempos conturbados, cada vez mais adversos, poder-se-ia pensar que morreriam quaisquer iniciativas visando a inovação na escola e o esforço dos professores no sentido de procurar formas de fazer mais, diferente e melhor. Não é verdade. Há projetos (com pessoas dentro) que se desenvolvem ao longo de um tempo próprio de acordo com planos de médio/longo prazo e são avaliados para que se tomem decisões de futuro sustentadas.

 

 

 

A European Schoolnet, Rede Europeia de 30 Ministérios da Educação, promove (e financia) o desenvolvimento de um conjunto de projetos coordenados em Portugal pela Direção-Geral de Educação (DGE). São bons exemplos os seguintes, pelo facto de tocarem mais diretamente professores e alunos portugueses:
- eTwinning - Projeto de colaboração entre escolas europeias, sendo a principal ação do Programa Lifelong Learning da União Europeia.
- iTEC - Innovative Technologies for an Engaging Classroom - Projeto que reúne decisores políticos, investigadores, fornecedores de tecnologia, outros especialistas em tecnologia avançada de aprendizagem e os professores inovadores, a fim de projetar, construir e testar de forma abrangente cenários de ensino e aprendizagem da sala de aula do futuro.
- inGenious– Projeto que pretende estabelecer um grupo europeu de coordenação (European Coordinating Body) de parcerias escolas/empresas nas áreas da Matemática, Ciências e Tecnologia (MST). O objetivo será, numa primeira fase, a caracterização de boas práticas de colaboração entre as escolas e as empresas.
- Acer-European Schoolnet's Educational Netbook Pilot - Projeto piloto de computadores tablet explora mais aprofundadamente o uso de novas tecnologias nas escolas e a tendência emergente da pedagogia individualizada, baseada na experiência adquirida com o projeto-piloto de netbooks.

Fora do European Schoolnet, mas também integrado numa estratégia internacional, existe a iniciativa Seguranet, parte do consórcio que inclui a Microsoft e fazendo parte da Rede Insafe. Este projeto surge no âmbito do Programa Safer Internet Plus e da Rede Insafe para a promoção da segurança na Internet nas escolas portuguesas, do 1.º ciclo ao ensino secundário, sob o lema “Tu Decides por Onde Vais!”.    
Outros projetos coordenados pela DGE podem ser consultados aqui.


Todos os anos, dezenas de professores aderem a estes projetos, trabalham incansavelmente, reúnem com a Equipa de Recursos Tecnológicos Educativos da DGE, participam em encontros nacionais e internacionais, partilham as suas práticas em fóruns específicos e partem rumo à Europa aqui e ali para fazer formação, para divulgarem o que acontece aqui por casa e aprenderem com o que acontece na casa dos outros.
É uma fileira que cresce todos os anos e devíamos (professores) habituar-nos a colocar esse trabalho em evidência, partilhando regularmente as conquistas feitas, divulgando os projetos junto de quem ainda não os conhece e motivando à cada vez maior generalização destas práticas:  professores criando cenários de futuro nas suas aulas com o auxílio das TIC, cooperando com outras escolas europeias (e fazendo os seus alunos interagir com alunos noutros países) e animando comunidades de prática ou workshops de acordo com a sua especialidade para professores de todos os cantos da Europa. Um mundo de possibilidades que se pode abrir para mais escolas, professores e, sobretudo, alunos.

Conheço muitos destes professores e alunos (que apoio diretamente nas escolas) e participo diretamente nestes projetos, na qualidade de elemento do Centro de Competência TIC da Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Setúbal, responsável por um desses projetos: o EduScratch.


Qualquer professor/escola que aqui chegue, leia estas linhas e se sinta com coragem para avançar, poderá contactar o Centro de Competência TIC da sua região e pedir esclarecimentos sobre a forma de participação nestes projetos.


Um dia, acredito, vamos compreender a importância de tudo o que está a ser feito e juntos encontraremos estratégias para levar a nossa voz mais longe. Ligaremos a televisão e lá estarão as reportagens vivas (e críticas, porque as dificuldades existem e não desaparecem por milagre) revelando esse outro mundo com sabor bom, que também habita muitas escolas do nosso país e é exemplo para outros países.

  

 

 

* EB 2,3 de Azeitão e CCTIC – ESE/IPS: http://projectos.ese.ips.pt/cctic/ e http://eduscratch.dgidc.min-edu.pt/    

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