Joaquim Fernandes
Joaquim Fernandes
Profissão: Professor Universitário - Universidade Fernando Pessoa
Habilitações - Doutoramento
Ano - 2005
- Qual a sua actividade profissional mais gratificante já realizada?
- Serão sempre as aulas com ouvintes empenhados, atentos e participantes; as conferências e as reuniões científicas em que ouço, aprendo e partilho o que sei – ou julgo saber – e a escrita, por exemplo, depois da descoberta de ignorados criadores e exemplares portugueses que jazem no sono dos arquivos.
- Para si, qual a chave para mudar a educação em Portugal?
Formar melhor e mais professores, dando autonomia às escolas, criando polos de vanguarda e experimentação de pedagogias alternativas e fomentando uma cultura de exigência e uma exigência de mais cultura de todos os agentes do processo.
- Qual o papel reservado aos professores nessa mudança?
- É o eixo central, a plataforma giratória donde poderão sair propostas de inovação centradas no sujeito e na libertação exponencial das suas capacidades, fora das amarras de qualquer “livro ou pensamento único”.
- O que guarda como melhor para a vida ou mais gratificante na lembrança do seu percurso escolar?
- O percurso (longo) de investigação que culminou com o meu doutoramento numa área temática heterodoxa – a do imaginário “extraterrestre” na Cultura portuguesa entre os séculos XVII e XIX.
- Como compara a Escola de hoje com a do seu tempo?
- Por um lado muito mais livre e plural, melhor apetrechada, mas com défices de intervenção cívica e criação de condições de civilidade e cultura.
- Que conselho daria aos alunos de hoje? E aos professores?
- Aos alunos, aprender a gostar do que aprendem, questionando o mestre; aos professores, fazer da sala de aula um território de partilha e aprendizagem mútua.
- Qual a disciplina de que gostou mais?
- História, obviamente. E todas as suas variantes.
- Quando passou pela Escola, era um bom aluno?
- Julgo que não terei sido dos piores.
- O que será hoje um bom aluno?
- Um aluno que nunca abdique face às contrariedades com que se defonta no seu percurso, que seja insaciável e curioso pela realidade, objectiva e subjectiva, que o rodeia; que negoceie sempre com as razões dos outros e duvide de si mesmo.
- Que mensagem deixaria aos professores deste país?