As comemorações dos 100 anos da República Portuguesa exigem um trabalho da memória. Exigem, sobretudo, um olhar do presente que revisite as vertentes utópicas que a geraram, o empenho intelectual que a sustentou, a aposta de modernidade que ela continha e que desejaria ter visto prolongar-se por mais tempo.
Ao comemorar 100 anos da República Portuguesa, cabe uma outra exigência: a de fazê-la dialogar, por um lado, com a tradição cultural portuguesa, modo de afirmar as marcas de uma literatura de fundação e a evidente actualidade dos clássicos; por outro também com o presente, ao estabelecer, por exemplo, os elos possíveis entre a revolução republicana e a reconquista histórica da democracia portuguesa em Abril de 1974, revisitadas pela literatura dos séculos XX e XXI.
Celebrar a República é, antes de tudo, revisitar criticamente o seu processo. (Ver mais)