* Teresa Martinho Marques Sim, eu sei. Tempos difíceis. Mas não poderemos virar costas a perguntas e a reflexões que são importantes, mesmo que não pareçam prioritárias. Os Magalhães ― que nas mãos certas, nas escolas certas, com os professores certos, em projetos nacionais e internacionais e iniciativas louváveis/formação por parte da Equipa de Recursos Tecnológicos Educativos e respetivos Centros de Competência TIC espalhados pelo país, têm sido fonte de muita (...)
* Rosa Silva «A língua que nos une também pode ser a língua que nos separa» foi uma das frases proferidas pela jornalista Leonor Xavier, no salão nobre do Teatro Dona Maria II, dia 6 último. Deu alguns exemplos. A palavra «canalizador» é, para nós, aquele que repara a canalização, mas para o carioca do Rio de Janeiro é um bombeiro. E citou João Cabral: «Nós com 20 palavras fazíamos um poema.» Com graça própria e simplicidade experimentada, Leonor, também (...)
* Rosa Duarte Ter memória de elefante não é para todos. Mas à nossa escala humana, cobaias do terceiro milénio, não há ninguém que a ela não recorra, nem que seja para se reconhecer ao espelho, fazer um simples flashback para lançar a mão às chaves do carro ou de casa, ou desanuviar de um dia de trabalho com uma imagem mental de companhia. A nossa memória é a nossa história, a nossa identidade. Construímo-nos a registar e a reler esses registos. E a cada recordação, (...)
* Inês Silva Lembro-me de há uns quinze anos uma turma queixar-se de uma professora de matemática. Diziam os alunos que ela permanentemente se fixava na janela e se esquecia deles. Eu, como diretora de turma, teria de resolver o problema. Mas ela estava deprimida e assustada, não com a crise dos tempos de hoje, claro, mas com outra, para a qual não encontrava solução. E eu também não sabia como ajudar. Os alunos não compreendiam. Para eles, ela era medíocre. E eu, que não (...)
* Teresa Martinho Marques Querido Manuel, é tão tardia esta carta. Tão irremediavelmente tardia que nem sei em que estrela te pendurarás para a escutar ao meu lado enquanto a canto como a um fado. Eu que me habituei a ser fada de mim e a usar uma varinha de condão para realizar os sonhos que vou sonhando (tantos deles para a escola), não quero acreditar que um deles vai ficar perdido por aí, deambulando, órfão de ti e da tua voz, sem destino a que chegar. Sabias que fiz planos (...)
* Teresa Martinho Marques Nestes tempos conturbados, cada vez mais adversos, poder-se-ia pensar que morreriam quaisquer iniciativas visando a inovação na escola e o esforço dos professores no sentido de procurar formas de fazer mais, diferente e melhor. Não é verdade. Há projetos (com pessoas dentro) que se desenvolvem ao longo de um tempo próprio de acordo (...)
* Teresa Martinho Marques Não sei o que é o amor em educação. Não consigo defini-lo com palavras simples. Mas sei distinguir quem ama de quem não ama. Conheço os efeitos colaterais desse amor. E sei que não é preciso ser professor para transpirar essa paciência cheia de esperança do jardineiro. Quando comecei a trabalhar com o Scratchna plataforma do (...)
* Rosa Duarte Desde os tempos imemoriais dos nossos antepassados que ouvimos e sabemos que aprender é até morrer. Está visto que é essa a missão de todos nós. Aprender a aprender a todo o custo, em especial no caso dos educadores, que precisam de conhecer o ser humano, a sua matéria-prima, por excelência. Mesmo os mais instruídos em Psicologia, ou (...)
* Rosa Duarte Viver em open space o fast love num zapping delirante ao som da música psicadélica e batatas fritas de palito pode anestesiar momentaneamente o incómodo da crise económica instalada, implacável para os potenciais consumidores de futuros profissionais promissores que vão aguardando melhores dias na sua terra, mas a troco da embriaguez dos mediaempacotados e amizades sociais sem rede, por vezes com digestões difíceis de virtualidade continuada. Nos tempos (...)
* Inês Silva Alguns títulos de jornais, publicados recentemente, deixaram-me perplexa: “Acordo ortográfico adiado na CPLP” (Sol, 3/03/2012); “Governo admite rever Acordo Ortográfico” (RTP, 29/02/2012); “Governo vai alterar Acordo Ortográfico” (Expresso, 29/02/2012). A minha perplexidade advém do facto de não perceber por que razão os que mexem e remexem neste caldeirão, que se chama Portugal, motivados por um força egocêntrica, nunca se queimam. O projeto de (...)