As Poéticas do Cinema
A poética da terra e os rumos do humano na ordem do fílmico
Autor: Carlos Melo Ferreira
Ano de Publicação: 2004
N.º de páginas: 500
Editor: Edições Afrontamento
Natural de Lisboa, por cuja Universidade se licenciou em Direito, o autor é doutorado em Ciências da Comunicação, especialidade de Cinema, pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Professor na Escola Superior Artística do Porto, aí lecciona no Curso Superior de Cine-Vídeo.
Publicou O Cinema de Alfred Hitchcock (1985) e Truffaut e o Cinema (1991), ambos nas Edições Afrontamento. Tem textos insertos nas revistas Cinema, da Federação Portuguesa de Cineclubes, desde 1986, e A Grande Ilusão, do Cineclube do Norte, desde 1987, bem como no Suplemento de Cultura do Diário de Notícias, entre 1988 e 1992, e nos Cadernos ESAP.
Primeiro invento científico e técnico, o cinema não demorou a transformar-se num espectáculo, que rapidamente passou a apoiar-se numa indústria. Desde cedo foi também considerado como uma arte específica, baseada numa linguagem própria. Cumpridos mais de 100 anos de vida, e na viragem do século e do milénio, considerou-se útil voltar a questionar o estatuto artístico dele, numa época de grandes transformações tecnológicas nos meios de criação de imagem e de som. Para o fazer, partiu-se do conceito de Poética, de origem aristotélica, nomeadamente da reflexão de Hegel sobre a poética como arte específica e como critério de avaliação do carácter artístico de cada uma das outras artes. Tiveram-se também presentes outros conceitos de poética, nomeadamente os que são já contemporâneos do cinema. Foi igualmente considerado pertinente questionar o conceito de cinema - o que se justifica especialmente numa era como a nossa de acelerada transformação tecnológica - e a inscrição da imagem cinematográfica num mundo em que proliferam imagens de natureza diferente.