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Correio da Educação

Correio da Educação

O Conselho Nacional de Educação publicou, pelo segundo ano consecutivo, o Relatório "Estado da Educação 2011 - A Qualificação dos Portugueses".
Trata-se de um retrato da Educação em Portugal, do pré-escolar ao ensino superior, com especial incidência na problemática da qualificação.
O EE 2011 mostra a evolução da qualificação dos portugueses, sobretudo no decurso da última década, identifica avanços, problemas e desafios e apresenta recomendações dirigidas às autoridades educativas. (PDF)

* José Matias Alves

 

Há mais de 20 anos que se vem reiterando a vontade política do ensino profissional mobilizar 50% dos alunos que frequentam o ensino secundário. No contexto de uma escolarização obrigatória durante 12 anos, torna-se mais premente revisitar este tópico e perceber por que motivo tem sido impossível atingir esta meta.


A razão maior é simples: não se tem atingido esta meta porque o ensino profissional não tem valor social, empresarial, familiar para atrair as pessoas. E por que é que não há este valor e esta força de atração?

 

Por duas razões maiores: i) porque os nossos empregadores não oferecem, em regra,  aos diplomados por este ensino uma carreira profissional cativadora (em termos de prestígio, status, remuneração e carreira, provavelmente por não verem as mais valias desse conhecimento para o aumento da produtividade organizacional; ii) porque o sistema de ensino trata esta via de ensino como a via para os deserdados do sistema regular não lhe conferindo a qualidade e o prestígio escolar que lhe seria devido.

 


* José Matias Alves é investigador, doutor em Educação e professor convidado da Universidade Católica Portuguesa.

Os estudantes que nunca chumbaram, mas durante o ano letivo tiram más notas, têm habitualmente uma autoestima mais baixa do que os alunos que já reprovaram, revela um estudo realizado pelo Instituto Superior de Psicologia Aplicada.
Segundo o coordenador do estudo, Francisco Peixoto, perante o insucesso escolar, os estudantes têm tendência a investir noutras áreas do autoconceito para conseguir manter uma imagem positiva de si próprios. “Quando o autoconceito académico é mais baixo, acabam por compensar isso com outras áreas como a das relações sociais, do desporto ou das relações interpessoais com o sexo oposto”, explicou o investigador. (Público)


O Provedor de Justiça, Alfredo de Sousa, manifestou-se preocupado com a proposta de revisão da estrutura curricular do ensino básico e secundário, por esta contemplar a eliminação da disciplina de Formação Cívica.
Numa carta enviada ao ministro da Educação e Ciência, o Provedor de Justiça frisa que o cumprimento do estipulado na Declaração das Nações Unidas e na Carta do Conselho da Europa “não se compadece” com a prevista eliminação daquela disciplina. (Público)

 

O ministro da Educação de Portugal, Nuno Crato, durante uma visita à Escola Portuguesa de Díli, em Timor-Leste, destacou o "trabalho extraordinário" que os professores portugueses fazem naquele país.  
"Os professores são fundamentais para o ensino. Os professores portugueses  estão aqui a fazer um trabalho extraordinário e temos muito orgulho nos  professores portugueses que aqui estão", disse Nuno Crato. (SIC)

 

O alargamento da escolaridade obrigatória até aos 18 anos vai ter, já a partir do próximo ano letivo, um "impacto brutal" nas escolas, e, em conjunto com o prosseguimento da fusão de agrupamentos, de que resultarão também espaços com muito mais alunos, poderá criar ambientes "explosivos e até mesmo descontrolados". O alerta parte de José Matias Alves, coordenador do Serviço de Apoio à Melhoria das Escolas da Universidade Católica, que adianta que cerca de 20% dos alunos que optam por não prosseguir estudos no secundário serão agora obrigados a fazê-lo e lembra que, na maior parte dos países da União Europeia, a escolaridade obrigatória não é tão longa como será em Portugal. (Público)

* Conceição Courela

 

Muito se tem falado em trabalho colaborativo, cooperativo, de grupo… não só entre alunos, mas também entre professores e outros profissionais. Será um politicamente correto que podemos (e devemos) evitar? Uma moda? Ou um caminho que pode valer a pena encetar e percorrer?


Enquanto profissionais lidamos com conhecimentos que outros (e nós próprios) temos de aprender. Se já não acreditamos que as aprendizagens se dão por transmissão (ou magia?), mas que é necessária uma predisposição para aprender (Knowles, 1986), cabe-nos criar ambientes favoráveis a essa aprendizagem. Ambientes permeados de afetos (Strecht, 2008), em que os alunos e o professor se assumem como seres sociais, dialogantes e que, nesse diálogo, constroem o conhecimento (por exemplo, quando se dispõem a seguir raciocínios, que lhes permitem ligar o que é novo ao que já sabiam). Este conhecimento, inicialmente partilhado, torna-se de cada um, quando cada um o integra na sua estrutura cognitiva, ou seja, quando dele se apropria. Por isso mesmo, o conhecimento não se pode adquirir… é algo que se torna meu, mas que começa por ser nosso… algo de que nos apropriamos (César, 2009).

 

 

 

 

* Docente do Ensino Secundário, colaboradora da Universidade Aberta, doutorada em Educação/Pedagogia

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