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Correio da Educação

Correio da Educação

O Círculo de Leitores e a Temas e Debates apresentarão

 

Mitos, Mundos e Medos

O céu na poesia portuguesa

da tradição popular ao século xx

 

da autoria de Joaquim Fernandes, no dia 9 de Abril, pelas 18.30 horas, no centro Comercial Dolce Vita no Porto.

 

O livro, com Prefácio de Manuel António Pina, foi apresentado por Salvato Trigo, Reitor da Universidade Fernando Pessoa.


“Joaquim Fernandes conduz o leitor não só ao longo de lugares selectos da presença (mítica, filosófica, científica) das realidades astronómicas na tradição popular e na literatura poética, ingénua ou ‘erudita’, portuguesas mas também ao longo do convulso percurso do conhecimento científico e das rupturas por ele sucessivamente produzidas na nossa percepção do Universo e de nós mesmos. O que, para alguém, como este prefaciador, curioso tanto do Céu como da Poesia, fica no final da viagem é principalmente um estimulante sobressalto acerca das relações (de ‘enlace’ fala Joaquim Fernandes na Introdução) entre a criação poética e a criação científica”.

 

António Manuel Pina, do “Prefácio”.

 

 

“A nossa retrospectiva recupera alguns tópicos de uma mitologia popular enraizada no tempo profundo, pontilhada de superstições, conjuras e ritos associados aos corpos celestes, passando pela descoberta de um novo céu e uma nova astronomia, já reconhecidos, por exemplo, pelo nosso bem informado Camões, na viragem do Renascimento, graças aos trabalhos notáveis de Pedro Nunes; percorremos depois a galeria dos poetas da Arcádia, dos pré-românticos, românticos, simbolistas e demais sensibilidades do século XIX, em retratos ora mais científicos ora mais líricos do firmamento e do céu, para nos determos na atribulada recepção popular ao cometa de Halley, na Primavera de 1910, em Portugal”.

 

Joaquim Fernandes, da “Introdução”.

Paul Driver*

Antes

'NOW, what I want is, Facts. Teach these boys and girls nothing but Facts. Facts alone are wanted in life. Plant nothing else” (...)

 

Estas palavras, pronunciadas pelo mestre-escola Thomas Gradgrind, são extraídas do romance de Charles Dickens, Hard Times, uma história que tem como cenário um distópico norte da Inglaterra industrial de meados do século XIX, contemporâneo da sua escrita em 1854. Esta foi uma época de radical transformação social alimentada por inovações tecnológicas e organizacionais, tensões sociais mal resolvidas e desigualdades no acesso à riqueza e ao poder. Era ainda uma época em que os princípios iluministas do pensamento racional e sistemático e da investigação científica encontravam aplicação prática na mecanização da indústria e na rápida expansão das comunicações ferroviárias e electrónicas.

 

 

* Licenciado em Design pela Universidade de Cardiff e mestre pela Universidade de Bournemouth em Creative Media Practice in Education, dedicando-se à investigação e à integração das novas tecnologias ao serviço da educação, desde que, há uma quinzena de anos, abraçou a carreira de Leitor de Inglês. Desempenha também funções de consultor linguístico e ilustrador para várias instituições, do sector editorial a câmaras municipais, da comunicação interna de empresas a jornais e ministérios.

 

29 Abr, 2010

Instantâneos

Paula Cardoso*

1. O espaço – na escola

 

Nos dias que correm o espaço tem vindo a ser um bem precioso. Nunca há espaço para nada: não há espaço para arrumar, não há espaço no calendário para os amigos, não há espaço para a reflexão. Mas eu sou, na verdade, uma felizarda, encontrei um espaço.

Por mero acaso, foi possibilitado ao meu grupo disciplinar, um momento de reunião formal que se tornou num espaço de troca de impressões, de reflexão, de troca de experiências, opiniões. Se a intenção inicial foi a formação no âmbito dos Novos Programas de Português, na verdade aproveitou-se a oportunidade para dar voz a todos num espaço restrito sobre aquilo que somos, que fazemos, até recordámos momentos de infância, com nostalgia é verdade, relembrando os métodos dos nossos professores e as suas consequências.

Relembrámos os jogos de memória, os recitais, os poemas declamados em público, a dramatização de pequenas peças de teatro. E saímos dali com um largo sorriso de saudade. Os resultados de tais conversas proporcionaram-nos momentos ainda mais especiais, a prática de outros métodos nas nossas salas de aula. E reunimo-nos, de novo, para aí, nesse espaço, voltarmos à reflexão, à troca de práticas lectivas.

Criámos espaço de diálogo. O espaço existe, agora, ninguém o tira.

 

 

* Mestre em Ensino da Língua e da Literatura, docente da Escola Secundária S. Pedro – Vila Real.

Carlos Alberto Ferreira*


Introdução

O presente artigo decorre da dinamização de um Seminário sobre Avaliação das Aprendizagens, organizado pelo Centro de Investigação em Matemática da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, realizado no dia 17 de Março de 2010.

Nele, pretendemos evidenciar que, tradicionalmente, a avaliação das aprendizagens assumiu uma finalidade de certificação das aprendizagens dos alunos, através da prática da avaliação sumativa. Porém, a partir da década de 60 do século XX, emerge um novo paradigma da avaliação que vem enfatizar a regulação do processo de ensino e de aprendizagem como uma das principais finalidades e funções da avaliação das aprendizagens.

Assim, este artigo estrutura-se em três partes essenciais: na primeira, mostrámos a emergência da avaliação reguladora do processo de ensino e de aprendizagem; na segunda parte, caracterizamos essa avaliação reguladora do ensino e da aprendizagem e, na última, fazemos referência a aspectos da prática da avaliação das aprendizagens com uma função reguladora.

 

 

 

 

Docente da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro.

Investigador do Centro de Investigação em Educação da Universidade do Minho.

Doutorado em Educação, na especialidade de Desenvolvimento Curricular, pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro.

 

 

Tabuaço, 09/12/1902 – Porto, 26/12/1994

 

Filho e neto de professoras de instrução primária, Albano Chaves terminou o curso da Escola Normal de Vila Real em Julho de 1919. Nesse mesmo ano, foi colocado interinamente na escola de Paradela (Tabuaço), onde se manteve até 1930 com sua mulher, também professora, Maria Emília de Madureira e Sousa Donas-Boto. Em 1930, foi colocado por concurso em Leça da Palmeira, aqui permanecendo até à sua aposentação em Julho de 1963. Nesta escola, criou a caixa escolar e a cantina escolar, iniciativas para apoio aos alunos pobres.

 

 

«CHAVES, Albano», in António Nóvoa (dir.), Dicionário de Educadores Portugueses, Porto, Edições Asa, 2003: 332, com adaptações.

1. Quarta-feira, 14 de Abril, a Europa foi confrontada com um fenómeno natural que nos lembrou a fragilidade do progresso. Não é prim eira vez que ficam a nu as debilidades das nossas conquistas científicas e tecnológicas. Felizmente, porém, não é todos os dias que a sua visibilidade atinge dimensões, em extensão e profundidade, como as que observamos desde esse dia.

Com efeito, a erupção do vulcão, denominado “montanha glaciar da ilha”, na Islândia, voltou a derreter o glaciar da montanha, após uma primeira erupção no dia 20 de Março. Desta vez, porém, está a incomodar a vida de milhões de pessoas.

De facto, em três dias, de 14 a 16, impediu os voos na Europa e noutras partes do mundo, e
1,3 milhões de passageiros foram afectados ou retidos nos aeroportos, incluindo Cavaco Silva, em visita oficial à República Checa. Regressou de carro até Barcelona… Só em dois desses três dias, foram cancelados 17 mil voos e, no último, ficaram 263 ligações aéreas por fazer em Portugal.

J. Esteves Rei - Professor Catedrático de Didáctica das Línguas e de Comunicação, na UTAD, Vila Real


 

Autores: Paula Catarino & Cecília Costa

Vila Real: UTAD, 2009. – Série Didáctica – Ciências Puras, n.º 53

ISBN: 978-972-669-895-1

 

RESUMO

 

A construção e a manipulação de representações mentais de objectos a duas e três dimensões são um aspecto importante do pensamento geométrico. Assim, é importante que a criança encontre no ambiente escolar oportunidade para desenvolver essas capacidades. No sentido de contribuirmos para este desenvolvimento, apresentamos propostas para explorar a abordagem do tema “Geometria”, no 1.º Ciclo do Ensino Básico (1.º CEB) e no Ensino Pré-escolar (EPE), em sala de aula.

Ao integrarmos o ensino da matemática, através de tarefas, num contexto concreto e próximo das vivências dos alunos, espera-se contribuir para que estes a encarem como uma disciplina mais aliciante, tornando-os mais competentes, curiosos e imaginativos.

16 Abr, 2010

Augusto Martins

Maia, 31/05/1885 – Porto, 04/03/1932

 

No dia 23 de Junho de 1910, aos 25 anos de idade, tendo no júri Adolfo Coelho, conclui o Curso de Habilitação para o Magistério Secundário em Matemáticas, Ciências Físico-Químicas e Histórico-Naturais e Desenho. O ensino será a actividade que, nas suas palavras, "desempenhará com maior paixão". Inicia a actividade docente no ano lectivo de 1910-1911 no Liceu Rodrigues de Feitas (Porto). Em 1913-1914 será professor efectivo do 8.º Grupo no Liceu Camilo Castelo Branco (Vila Real). Em 1915-1916 será transferido para o Liceu Feminino do Porto, onde exerceu funções de bibliotecário (1915 a 1918), reitor interino (1916 a 1918) e reitor efectivo de (1918 a 1926). Em Outubro de 1926 regressa ao Liceu Rodrigues de Freitas.

 

« MARTINS, Augusto », Luís Viana, in António Nóvoa (dir.), Dicionário de Educadores Portugueses, Porto, Edições Asa, 2003: 875-877, com adaptações.

 

Estudante de doutoramento

Ano da licenciatura: 2005

 

- Qual a sua actividade profissional mais gratificante já realizada?

Ensino da disciplina de Língua Portuguesa a alunos inscritos no designado ano “zero” da instituição de ensino superior, Jean Piaget.

 

- Para si, qual a chave para mudar a educação em Portugal?

Julgo que será fundamental uma espécie de regresso das designadas “Artes Liberais”, permitindo o regresso indispensável de uma composição disciplinar fulcral que garanta a formação e incorporação de uma visão de fundo aos saberes em aquisição durante o percurso escolar dos alunos. Portanto, julgo ser indispensável, para esse, efeito haver coragem política e governamental de modo a apostar em paradigmas sociais, económicos, culturais e educativos substancialmente distintos dos vigentes na actualidade, abdicando do exageradamente tecnológico em prol das promissoras estratégias interdisciplinares, nas quais as humanidades funcionam como o sustentáculo da reflexão e do pensamento.

 

Luciana Cabral Pereira

 

 

Em tempos de pós-modernismo, prolonga-se ainda nos amplos espaços da criação artística e literária os efeitos ulteriores do espartilhar do sujeito humano. Resultado de uma progressiva escalada de introspecção subjectiva romântica, cuja exacerbação ontológica cedeu lugar à disseminação e consequente fracturação de identidades, tal como exemplarmente plasmam na obra poética de Fernando Pessoa, tamanha representação do esvaziamento humano justifica, em contrapartida, o elogio do humano na literatura. Desviado de qualquer tipo de idealismo infecundo e duvidoso, o discurso panegírico que aqui se apresenta dirige-se, muito fundamentalmente, às iniciativas didáctico-pedagógicas que intentam a revelar o humano nos textos e obras da literatura, em tempos indecisos quanto ao rumo da educação escolar e geral. Mais concretamente, elogie-se as iniciativas humanistas de abordagem e críticas literárias que acolhem o texto literário como algo mais do que um objecto de análise metodológica rigorosa, qual produto de uma operação lógica e maquinal. Afinal, se a literatura é, para além de muitas e discutidas coisas e naturalmente legítimas opiniões, um prolongamento sensível e criativo do humano, e a poesia um “ […] espontâneo transbordar de sentimentos poderosos […]” [Jones, Alun R., Tydeman, William, 1984: 36], no sentido wordsworthiano de uma extraordinária captação romântica das vidas, sujeitas à filtração sensorial e subjectiva do sujeito poético, valerá certamente a pena resgatar tamanhos conteúdos humanos.

 

Luciana Cabral Pereira – Licenciada em Línguas e Literaturas Moderna, FLUP; doutoranda em Didáctica da Literatura, UTAD; investigadora do CITCEM / FLUP.

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