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Correio da Educação

Correio da Educação

29 Out, 2012

Carta ao Manuel

* Teresa Martinho Marques

Querido Manuel, é tão tardia esta carta. Tão irremediavelmente tardia que nem sei em que estrela te pendurarás para a escutar ao meu lado enquanto a canto como a um fado.
Eu que me habituei a ser fada de mim e a usar uma varinha de condão para realizar os sonhos que vou sonhando (tantos deles para a escola), não quero acreditar que um deles vai ficar perdido por aí, deambulando, órfão de ti e da tua voz, sem destino a que chegar.
Sabias que fiz planos para me cruzar contigo e quase consegui? Tantas perguntas eu levava no bolso. Afinal só estivemos quase juntos porque o espaço foi o mesmo (inverno frio na Guarda e uma biblioteca quente), mas os dias foram dois, colados um ao outro sem se sobrepor. Adiamos na vida tanta coisa. E depois o sal e a dor. E inventamos que as pessoas não morrem porque a obra, a memória, essas coisas de circunstância, de limpar lágrimas e seguir em frente. Morremos sim, porque o futuro vai ser para sempre feito de passado. Parece que é a mesma coisa, mas é tão diferente. Eu queria continuar a escutar a tua voz e colá-la ao que já disseste até te dizerem que não podias dizer mais nada. Fim. Não queria somente o que já foi, o que li e reli. Não queria apenas amanhã só regressar a ti.

* EB 2,3 de Azeitão e CCTIC – ESE/IPS: http://projectos.ese.ips.pt/cctic/ e http://eduscratch.dgidc.min-edu.pt/    

O custo médio por aluno nas escolas públicas estava, em 2009/2010, nos 4415 euros. Nos colégios com contratos de associação situava-se nos 4522 euros. De então para cá os sucessivos pacotes de austeridade resultaram numa diminuição significativa das despesas na educação.
Esta auditoria do Tribunal de Contas foi decidida depois de uma resolução aprovada em abril de 2011 pela Assembleia da República, na qual se solicitava que o tribunal aferisse qual o custo médio por aluno nas escolas públicas no ano letivo 2010/2011.
No relatório do TC recomenda-se que o Ministério pondere «a necessidade de manutenção dos contratos de associação no âmbito da reorganização escolar». Este ano letivo o ministério vai continuar a pagar 85 mil euros por turma aos 93 colégios com contratos de associação para garantirem ensino gratuito a mais de 2000 turmas. Estes protocolos com o Estado iniciaram-se na década de 1980, numa altura em que a oferta de escolas públicas era inexistente em diversas zonas do país.(Público)