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Correio da Educação

Correio da Educação

* Carla Marques


Era uma vez uma escola. Era uma vez a história dessa escola. Era uma vez o tempo aqui e o espaço agora. Era uma vez as personagens dessa história. Era uma vez a trama dessa história. Era uma vez o autor dessa história.
As personagens dessa história eram inúmeras e mesmo contraditórias: um senhor que queria governar e outros sete que o queriam ajudar a mandar; outro senhor que queria controlar e ainda outros sete que sonhavam ajudá-lo a imperar; uns sonhavam com uma escola sem alunos, outros lutavam por uma escola sem professores; uns só queriam ter alunos para trabalhar, outros buscavam professores para avaliar; uns queriam aprender para ir mais longe, outros não queriam aprender, mas queriam ir mais longe; uns destilavam mágoas e rancores, outros buscavam unir e repartir; uns queriam uma escola centrada nos fins, outros queriam uma escola virada para os meios; uns queriam unir para avançar, outros queriam dividir para reinar; uns só queriam que os deixassem em paz, outros não deixavam ninguém sossegado; uns só queriam trabalhar, outros não deixavam fazer nada; uns queriam números numa pauta, outros buscavam caminhos invisíveis.

 

 

* Carla Marques - Mestre em Linguística e doutoranda na mesma área; autora de várias publicações de carácter didático e de caráter linguístico: docente na Escola Secundária/3 de Carregal do Sal.

* José Matias Alves

 

Hoje, sustento a tese de que a realidade não é independente do sujeito que a observa e cria. Até certo ponto, a realidade é uma (re)criação do sujeito, é o que pensamos que ela é. Porque, em larga medida, nós agimos em função do que pensamos (e do que sentimos).

E quando olhamos para a escola, o que é que nós vemos? O que é que nós pensamos? O que é que nós sentimos? Que atitude e disposição assumimos?

Teremos, certamente, razões para vermos a escola como um local de solidão, sofrimento e até expiação. Mas esta visão devolve-nos um mal-estar que nos agonia, nos entristece, nos esgota, e, no limite, nos destrói.

Precisamos de ver, na escola, pequenos oásis que (re)confortam. Gestos que nos animam. Oportunidades que nos encantam e alentam. Poderes que nos gratificam. Precisamos de tempos de encontros e de celebração. Precisamos de nos felicitar uns aos outros. Porque estes motivos também existem. E são eles que nos podem animar e ampliar uma disposição gerada por estes mil espelhos de alegria.

Precisamos destas imagens de alegria. Precisamos de as ver. Precisamos de construir e reconhecer. Porque a nossa felicidade – e a nossa realização profissional - passa por aí. Isto não significa, obviamente, distorcer a realidade, ignorar o que nos avilta e oprime, desvalorizar o peso do sistema. Não! Essa face da realidade tem de merecer a nossa contestação. Mas precisamos de nos situar na construção das margens da alegria. Sobretudo nestes tempos críticos e de ameaça.

 

* José Matias Alves é professor do Ensino Secundário, mestre em Administração Escolar pela Universidade do Minho, doutor em Educação pela Universidade Católica Portuguesa e professor convidado desta instituição.

 

* Teresa Martinho Marques

 

 

Ela aproximou-se de mim no final da aula e disse: "De tudo o que andamos agora a fazer nas aulas quando resolvemos problemas, o que mais me tem ajudado é aquela coisa da professora estar sempre a dizer e a mostrar que temos de usar a nossa inteligência natural para os resolver! Já estou melhor a resolvê-los e já nem tenho tanto medo!”

Há uns anos li um livro de John Holt que marcou indelevelmente o meu caminho (How children fail – Dificuldades de aprendizagem, Ed. Presença). Entre muitas coisas escritas nos anos 60, mas com preocupaçãoes tão atuais como as de hoje, uma história prendeu-me. Essa história foi, por sua vez, retirada por John de um outro livro (James Herndon – How to survive in your native land) e estava num capítulo intitulado “A turma burra”. Esse capítulo dizia respeito a uma turma, que James lecionava, constituída por crianças do 1.º Ciclo incapazes de aprender e, sobretudo, a um rapaz que parecia ser o mais burro da turma burra. Era descrito como absolutamente irrecuperável e incapaz para qualquer trabalho escolar. Um dia, James encontrou-o numa pista de bowling anotando os resultados oficiais em torneios exigentes. Apontava as sobras, os plenos e havia sido contratado por trabalhar rapidamente e com precisão. Ninguém toleraria erros nesses torneios e ele não os cometia. Então James decidiu propor-lhe, na escola, alguns problemas sobre bowling... e ele não foi capaz de os resolver! As respostas, mais do que erradas, eram completamente absurdas.

 

* EB 2,3 de Azeitão e CCTIC – ESE/IPS: http://projectos.ese.ips.pt/cctic/ e  http://eduscratch.dgidc.min-edu.pt/

De 26 a 29 de Maio de 2011 decorre, na Universidade de Beira Interior, o primeiro Congresso Ibero-Americano de História da Educação Matemática. Este encontro atende à necessidade de aprofundar o intercâmbio entre pesquisadores e a produção de conhecimento ligada à história da educação matemática na América Latina, em Portugal e na Espanha, espelhando as diversas perspetivas e metodologias que têm vindo a ser seguidas. O interesse pela temática tem crescido enormemente no âmbito da Educação Matemática nesses diversos países. (Inscrições e contacto aqui.)

Os últimos vestígios do homem de Neandertal datam de há cerca de 37 mil anos, depois da entrada da espécie humana no continente europeu, que os levou à extinção. Mas uma equipa francesa descobriu agora vestígios de uma ocupação com 32 mil anos, em território que hoje pertence à Rússia, já perto do Ártico, naquele que poderá ter sido o último refúgio desta espécie. (Público)

A avaliação externa do programa Novas Oportunidades não contemplou, até hoje, uma aferição direta da qualidade da formação ministrada no âmbito desta iniciativa, afirmou o investigador Joaquim Azevedo, um dos peritos que têm acompanhado o trabalho de avaliação iniciado em 2008.
Esta iniciativa, em seis anos, permitiu a certificação de 520 mil pessoas com diplomas do 4.º, 9.º e 12.º anos. (Público)

 

Uma obra didática, aprovada pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte e distribuída por mais de 4000 escolas brasileiras, está a causar polémica por nele se defender a validade da norma popular na comunicação.
Em Por uma Vida Melhor, de Heloísa Ramos, defende-se que a ideia de correto e incorreto no uso da língua deve ser substituída pela ideia de uso da língua «adequado e inadequado», segundo a situação de comunicação, e nele afirma-se: «Você pode estar se perguntando: "Mas eu posso falar 'os livro'?". Claro que pode.» (Estado de São Paulo)

 

 

Investigadores suíços revelaram que as micro-ondas emitidas pelos telemóveis afetarão o sentido de orientação das abelhas, sendo assim responsáveis pela queda repentina da população mundial destes insetos.

De acordo com o estudo, as ondas produzidas pelos telemóveis “irritam” as abelhas. Estas emitem um sinal para evacuar a colmeia, mas ficam tão confusas que muitas morrem ao voar. (Ciência Hoje)