* Conceição Courela
Muito se tem falado em trabalho colaborativo, cooperativo, de grupo… não só entre alunos, mas também entre professores e outros profissionais. Será um politicamente correto que podemos (e devemos) evitar? Uma moda? Ou um caminho que pode valer a pena encetar e percorrer?
Enquanto profissionais lidamos com conhecimentos que outros (e nós próprios) temos de aprender. Se já não acreditamos que as aprendizagens se dão por transmissão (ou magia?), mas que é necessária uma predisposição para aprender (Knowles, 1986), cabe-nos criar ambientes favoráveis a essa aprendizagem. Ambientes permeados de afetos (Strecht, 2008), em que os alunos e o professor se assumem como seres sociais, dialogantes e que, nesse diálogo, constroem o conhecimento (por exemplo, quando se dispõem a seguir raciocínios, que lhes permitem ligar o que é novo ao que já sabiam). Este conhecimento, inicialmente partilhado, torna-se de cada um, quando cada um o integra na sua estrutura cognitiva, ou seja, quando dele se apropria. Por isso mesmo, o conhecimento não se pode adquirir… é algo que se torna meu, mas que começa por ser nosso… algo de que nos apropriamos (César, 2009).
* Docente do Ensino Secundário, colaboradora da Universidade Aberta, doutorada em Educação/Pedagogia